quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Houve um tempo em que eu acreditava que poderia salvar o mundo, os animais e as pessoas que precisassem. Houve um tempo que eu acreditava na Lei e na Justiça, e as perseguia como um órfão necessitado de seus pais. Houve um tempo que na altura da minha ingênuidade de adolescente, copiava (xerocava) o Decreto-Lei 24.645/34 no Vade Mecum (das prateleiras da Biblioteca Pública Estadual), e entregava a quem maltratava os animais e as "autoridades" que nada sabiam a respeito da defesa deles, ainda mais das Leis que os "protegiam". Houve um tempo em que fui ameaçado por defender o que acreditava e espancado por lutar contra a crueldade estabelecida. Houve um tempo em que apenas com o pensamento de fazer justiça, acionei a Polícia para fazer um flagrante de maus tratos e buscar libertar os animais do sofrimento. Muitas vezes fui questionado por estes policiais, que indagaram-me se realmente houve maus tratos. Ja protestei, me revoltei, gritei, chorei e quiz morrer. Tantas coisas já vivi e sofri. Ja ouvi, certa vez, um Juiz dizer, antes de uma audiência sobre um caso de maus tratos à animais: "Vcs protetores de animais deveriam cuidar das crianças e dos idosos", assim como ouvi de várias outras pessoas a mesma frase. Este mesmo Juiz conclui que não ocorreu dolo ou culpa do comerciante que tinha cãezinhos morrendo de inanição e um gato com o olho furado nas gaiolas de sua loja. Este Juiz sentenciou-me a descrença na Justiça. Já esperei (por inúmeras vezes) a chegada de uma viatura polícial (que eu acionei) por mais de quatro horas seguidas, plantado na rua, sob o sol escaldante, para registrar um Boletim de Ocorrência, com o intuito de apenas fazer justiça para com os animais.
Já comemorei a criação de uma Delegacia Especializada de Meio Ambiente e da Promotoria de Justiça Ambiental, como se fosse minimizar o sofrimento dos animais. Ledo engano! Em muitos casos que denunciei e prestei queixas, deram as costas, não para mim, mas para os animais a quem defendia e defendi sempre por amor e compaixão. Certa vez fui indiciado pelo delegado, com a acusação de "acionar o uso policial para motivo torpe". Então, de que adianta uma delegacia de Meio Ambiente ou de defesa dos animais, se as pessoas, os cidadãos, não formalizarem as denúncias ou queixas-crimes? Se não houver quem denuncie e coloque a cara à tapas pelos que não podem fazer por si próprios? À Polícia Civil cabe investigar e montar os inquéritos para a Justiça. Não sairão às ruas se não forem provocados. Hoje não acredito mais na Justiça, na Polícia, nas supostas "autoridades" a que estamos sujeitos. O mais triste ainda é ver pessoas, ongs e grupos querendo ser melhores que as outras, mesmo estando todos do mesmo lado...
Desculpem! Não quero fazer nenhuma discussão a respeito. Este aqui é apenas o pensamento de uma pessoa que não é mais quem era até pouco tempo atrás. Todos cometem erros, tenho vários na minha conta, eu sei! E talvez novamente esteja errado. Quem sabe o erro foi meu de acreditar...

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